Passar em um concurso público é o sonho de muita gente, mas será que isso é realmente bom, e quais são as consequências para o país?
Concurso Plúblico: O Início da Estagnação
Passar em um concurso público é o sonho de muita gente, muita mesmo, acho que pelo menos uns 80% da população iria adorar ser empregado vitalício do governo, mas será que isso é algo realmente bom?
Todo e qualquer brasileiro precisa de uma fonte de renda para sobreviver, afinal amor ainda não enche barriga de ninguém, e como vivemos em um mundo capitalista, a melhor forma de arranjar um “real” é gastar dezenas de horas mensalmente fazendo um serviço para um empregador que em troca lhe dará dinheiro, desse tanto ele próprio vai lhe tirar uma porcentagem para entregar ao governo e mais uns 2/3 o governo vai lhe roubar em forma de impostos com a desculpa que “é para o bem do Brasil”, o que sobrar é o que você vai usar para ir “escapando”. Mas arranjar um vínculo empregatício atualmente está bem complicado, principalmente entre aqueles ditos como “empregos formais” com carteira assinada e tudo mais. Uma solução seria torna-se dono do seu próprio negócio, mas aí temos outro problema, nem todo mundo tem ideia de que tipo de negócio montar, muito menos capital de início, e quando consegue abrir o próprio negócio, ou a pessoa descobre que não gosta daquilo ou simplesmente não sabe gerenciar e a empreitada morre, deixando o cidadão pior do que estava no início, e sim, há uma pequena parcela dessa pequena parcela que vai se dar bem e nunca mais vai querer ter um emprego “normal” novamente.
Outro agravante é que estamos em uma crise desgraçada (que aparentemente só os fanáticos do partido vermelho não veem) que está tirando o emprego de quem já o tem, o que torna a vida ainda mais difícil para quem quer conseguir seu primeiro emprego. Uma solução seria se especializar, fazer cursos, aprender inglês, blá blá blá… Aquela ladainha de sempre que todo mundo já ouviu, não que esteja errado, mas parece que quem diz isso esquece que essas especializações, na grande maioria das vezes custam dinheiro, bastante dinheiro, e que para o cidadão que está lutando para “escapar” não é uma alternativa válida.
Qual seria a solução? Vender crack? Se prostituir? Roubar? Bem… Para algumas pessoas sim, mas se você tem caráter, então não. Então a opção que nos sobra são os concursos públicos.
E se você ainda se lembra do título deste post, já deve ter uma ideia do que eu penso sobre os concursos públicos. A verdade é que eu era uns dos maiores fãs desse modelo empregatício, mas isso era quando ainda era “inocente”, com o passar do tempo e ao ter contato com as ideias de alguns grandes pensadores Brasil, passei a não ter o mesmo apreço pelos concursos públicos.
E antes de continuar, devo dizer que serei extremamente hipocrática daqui em diante. Isso porque ainda é uma das minhas metas passar em um concurso público, mais especificamente o do IBAMA, um dia quando ele sair.
E aqui vem a bomba. OS CONCURSOS PÚBLICOS SÃO UM ATRASO PARA O BRASIL.
E essa é a hora na qual sou apedrejado pela multidão raivosa espumando pela boca ensandecida. Sim, essa é minha visão da coisa, esse sistema de contratação vitalícia empregada pelo governo de nossa nação é um grande atraso para o país.
A ideia de escolher entre as pessoas mais capacitadas por meio de uma prova escrita que evidencie suas qualidades até que é boa, mas falha. Veja por exemplo: uma prefeitura precisa de uma merendeira para uma escola, e para isso ela precisa fazer um concurso público, pois é isso que manda a lei, ok, a prefeitura contrata uma empresa que cobra um absurdo e faz a tal prova e no final dona Joana foi aprovada, o problema é que dona Joana com terceiro grau gabaritou a prova, mas não sabe cozinhar, na verdade ela só fez o concurso porque ela também precisa “escapar”, por outro lado dona Maria, umas das melhores cozinheiras da região, mas quase analfabeta, foi reprovada. Resultado, os alunos irão sim ganhar uma merendeira, mas que não sabe cozinhar, e dona Maria, uma cozinheira de mão cheia, jamais terá uma chance de passar em um concurso.
Nesse caso eu inventei um exemplo bem simples, mas que não é difícil de ser visto por aí a fora, pense bem, você por acaso nunca foi alvo de um serviço de péssima qualidade prestado pelo governo? O primeiro motivo é como eu disse, a pessoa que passou para o cargo não está realmente preparada para exercê-lo e o segundo e o pior no meu ponto de vista é a estagnação.
Quando eu digo “estagnação”, me refiro à estagnação profissional. O profissional escolhido por meio de um concurso público tem superpoderes, não importa o quanto ele seja incompetente, contanto que ele apareça no trabalho de vez em quando ninguém pode lhe tirar de lá, e como não há nenhum benefício para quem se esforça em sua função, e pior, como também não há nenhuma punição para quem não faz merda nenhuma, o “MAL MAIOR” tende a prevalecer.
O funcionário então vê que nada de mal lhe ocorrerá contanto que ele cumpra um mínimo, quase inexistente, ritmo de trabalho, e aí é ladeira a baixo. Ele sabe que não pode ser demitido, sabe que vai receber igual se trabalhar ou não, tem a certeza que não vai ser punido, aí o cidadão monta sua rede no meio do escritório e dorme. Daí você consegue entender por que os processos no judiciário demoram verdadeiramente anos para terem um desfecho, porque os médicos sempre chegam atrasados, por que os correios cobram um absurdo e ainda atrasam, porque mesmo morando aos pés da hidroelétrica ainda falta luz com frequência, etc.
Sei que existem algumas exceções, mas não consigo lembrar nenhuma nesse momento.
E você, também sonha em ser um empregado vitalício do governo?
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